terça-feira, 30 de junho de 2009

TV Digital e algumas observações

Bem, é de fato que a qualidade da TV Digital haverá de mudar o ritmo do consumo de televisão no Brasil(nem aposto muito nisso,o brasileiro já é fanático (pra não dizer aluado) por televisão). Mas a chave interessante que liga modernidade à televisão em formatação digital é a interatividade.
Apesar de serem consumidores totalmente diferentes, a televisão e a internet se ligarão pela sua instantaneidade de informações e a dinâmica existente entre quem assiste e quem emite. Mas não vai ser fácil educar muitos do que vêem somente televisão aos novos comandos e funcionalidades existentes na televisão. O que é interatividade? Ver a tabela do campeonato em tempo real enquanto assiste o campeonato do seu time ou conhecer os personagens da novela enquanto ela está sendo trasmitida. A inclusão digital precisará de um novo ramo: o televisivo... :)

Há espaço para se comentar, também, que televisão se vê em grupos, normalmente. Com quem ficará o controle remoto? Se os irmãos forem de times diferentes, ou se a mãe quiser ver a receita da Ana Maria novamente enquanto o menino quer assistir o desenho animado como ficará as relações sociais divididas?


Para ampliar a dificuldade, as empresas que estão fabricando o chamado set-top-boxes, ou os conhecidos popularmente por 'conversores', não estão fabricando com o middleware Ginga, ou seja, com o sistema operacional capaz de ler a interatividade da TV Digital. Resumindo: quem comprar os conversores agora vão apenas ver sinal de qualidade, sem possíveis interatividades. E já tá tendo transmissão interativa? Não, as emissoras não estão vendo como lucrar, ainda, e estão à procura de patrocínios para bancar o custo de elaboração de programas (Aliás, o CESAR aqui em Recife é um dos exportadores de programas para tv digital no Brasil). Agora, já pensou em quem está comprando TV com o conversor acoplado de fábrica ter que comprar outro televisor quando as emissores começarem a transmitir seus programas? Há quem diga que o Natal e a Capa do Mundo fará os brasileiros cegos quanto a isso e estimulem a compra com o Ginga.

Mas há esperança! Alguns conversores poderão ser reprogramados quando o GINGA estiver ao alcance de todos. Mas não são todos os conversores que estão sendo vendidos no mercado que poderão ser reprogramados posteriormente, porque ele precisa de bastante espaço no conversor (64Mb) e mais o espaço da interatividade. Por exemplo, a criada pela Globo para a novela "Caminho da Índias", tem 2Mb, transferidos interalmente para o conversor.

Isto não é divulgado, mas ou nosso conversor poderá atualizar ou teremos que comprar outro para poder assistir interatividade daqui alguns meses. No primero caso parece ótimo, mas imagina explicar a pessoas de várias culturas e instrução como atualizar seu conversor. Acesse o site www.atualize(seiláoquê).com, baixe o pacote de atualizações, plugar no PC... etc, etc...? O usuário da televisão é diferente do da TV e muitos não participam da rede de computadores. Como ficar(emos)ão?

Boa qualidade em definições, interatividades... mas tem um pacote de mudanças que o povo brasileiro terá que conviver.... Sim, já tinha esquecido, a transmissão digital tem um intervalo de diferença de uns 2 segundos em relação à transmissão analógica... Ou seja, se seu vizinho ainda não tem conversor na TV vai gritar o gol antes de você... :D Acostume-se, aliás, em 2016 só vai ter sinal digital!

ArTI*

Estive em algumas palestras este semestre e sabe o que eu pude constatar? Sim, a tecnologia está aliada à arte, à música e aos aspectos humanos criativos (isto parece óbvio, mas vale salientar, porque não são todos que concordam conosco que mexer com computação não é só decoreba).

Enfim, a professora Dra. do CIn conseguiu explanar que a arte/imaginação devem ser aspectos importantes na elaboração de qualquer trabalho em T.I. (Tecnologia da Informação). Já imaginou se só ficamos na teoria do projeto? Se não abrirmos a mente para entender as diversas formas de encarar um problema?

Em outro momento, um Dr. da iniciativa privada demonstrou suas teses a favor da implementação de algorítimos (ou seja, como fazer um código) na computação inteligente, mais precisamente na inteligência artificial, para que a máquina acompanhe um humano quando ela cantar qualquer música. Resumindo: você canta e a máquina toca no instrumento qualquer música, num tom e ritmo cantado :D
Além dele ser fascinado pela música, conseguiu incentivar a todos a colocarem a ciência a favor da sociedade.

Outro professor conseguiu fazer uma retrospectiva na história da arte para demonstrar que os seres humanos conseguiram, através de um alguns milhares de anos, a tornar (quase que) perfeito a pintura, sendo quase impossível, em alguns casos, constatar se é fotografia ou pintura. Mas até que ponto o computador, na sua arte gráfica computacional (3D, 4D...) consegue, na manipulação de pixel, persuadir o usuário de que é uma imagem real e não criada? Tem muito o que ser feito, mas o estudo comparativo de como se fazer arte manualmente e digitalmente, andando lado-a-lado, na tentativa de entendimento, fará com que cheguemos mais perto disto. =)

Ainda nas palestras, pude escutar algo sobre criptografia. Descobri um dos fatores mais interessantes que a computação trás: Analisar o entorno, e não o problema em si. Um dos casos solucionados com este adágio foi o do Enigma (máquina criada para criptografar as mensagens dos alemães na Segunda Guerra). Foi com tentativas frustadas para entender as mensagens que vários inimigos se depararam, até que Allan Turing conseguiu criar uma máquina que desembaralhava as mensagens. E sabe como ele conseguiu? Olhando o entorno, as falhas que haviam, não na criptografia de fato, mas durante e depois que elas ocorriam. Sabe quando temos um "tique" ao digitar? Pronto, os alemães, os que passam as mensagens de um ponto para outro, tinham "tiques" ao digitar o código morse. Então, as pessoas já sabiam quem era que estava criptografando e sabendo disto, poderia distinguir qual base estava se comunicando. Pra quê saber qual a base? Veja só, quando sabiam que era a base de climatologia, por exemplo, entendiam a formatação da mensagem que sempre envolvia: quantidade de nuvens, chuvas, temperaturas, umidade, pressão, etc... Ou seja, eram quase sempre parecidas as mensagens, o que mudava era as variáveis da climatologia: 22º, 26º, 22' latitude, 33' longitude... mas sempre havia estas informações.
Turing teve a sacada de olhar ao redor e não tentar quebrar a máquina Enigma. E conseguiram!
É esta a verdadeira função de todos, não olhar o acontecimento de frente e sim entendê-lo como um fato nebuloso ao redor dele acontecendo e que provavelmente achará o resultado.

Quer saber, é até assim que há grandes invasões na Web. Não é o servidor que estava desprotegido. Todo mundo pensa num bom Anti-Vírus. Mas o que deixou vulnerável foi o aplicativo, aquele que fornece uma pesquisa nebulosa, sem muita precisão. E várias exceções não tratadas.

Parece tão óbvio, mas a "Nebulosa do Entorno" me trouxe várias reflexões! Nunca tinha parado para pensar isso, pelo menos na TI.

Voltando um pouco para a Matrix...

Interessante fazer este gancho e acreditar que a Engenharia, apesar de envolver e não poder fugir, não é só cálculo e números - não que isto seja desmerecedor. Aliás, "Os números são o princípio"... o que você vai fazer é o meio! Mas foi bom saber que há várias áreas que se articulam através dos aspectos humanos artísticos.

Até breve!

* Arte na TI

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Desejo compartilhar, da forma menos algorítmica possível, as impressões deste estudante de engenharia. Não sei como isto vai terminar, mas já parece interessante.
Não quero me limitar aos conceitos e dia-a-dia da matemática que me faz estudante, mas tentar aplicá-la no cotidiano desta sociedade cheia de dúvidas: é pra isso que acho que serve a engenharia.
Pretendo ampliar idéias do que entendo por pesquisa científica. Será que meus professores fazem pacto com alienígenas ou extraterrestres para conseguirem fazer publicações científicas? O que de fato é novidade? Como criar?

Enquanto for verdadeiro, estarei aqui e isto não exclui ficção nem sonhos. Sinceridade e trabalho unidos para incrementar este novo código: inicio();

;)