terça-feira, 28 de julho de 2009

"O Sertão vai virar mar"



O fatilismo não leva à nada. O "aqui vai por este canto, aqui vai por outro" se você não fizer assim, não vai dar certo. Sensibilidade é a palavra chave. Quão difícil achá-la é.
Estive pensando nas possibilidades nordestinas de crescimento e os finais de mandado me têm atraido possibilidades imensas de que as coisas podem mudar (pra melhor ou não).
Se o fatalismo existir, pode ser que a coincidência exista, também. Mas duvido de ambos. Se quer saber, o caminho do coração persegue os destinos e nada do que mil possibilidades pra lhe tirar do ocioso estado normal das coisas. Estamos muito preocupado com o que devemos fazer. Mas, você sabe pra que está fazendo?

O nordeste me instiga ao pensamento porque ele faz parte da metodologia humana do: "se não tem dedicação, não tem resultado". O mundo capitalista fecha os olhos e fataliza o que chamo de "precariedade histórica, remota e esquecida". Muito fácil dizer que todos têm oportunidade, que só basta estudar pra conseguir resultados se a vitalidade nordestina há tempos que não é incentivada. Meu nordeste de muitas gentes, apadrinhado pelos fazendeiros, no tempo colonial, parece herdar momentos tristes e até hoje é esquecido pelos que mais possuem.

Brasil é potencialidade e suas múltiplas formas de encarar processos, nunca permitiu que o Nordeste engessasse e fosse esquecido. Não é bem cuidado, não tem todas oportunidade, mas reage, misteriosamente tenta reagir a este sistema egoísta do "muitos nasceram pra ser pobre". A gente não sabe dividir.

Nordeste é palco de tecnologia, do mundo acadêmico, de literatura, de belas praias. Não que este último orgulhe-nos de muita coisa. O belo é pra descanso. Das adversidades, criações. Sabemos viver do inoportuno. Criamos algo pela nossa necessidade, pelo grito inconsciente que nos impulsiona mudança.

Se muitos já têm como se sustentar, que se distribua para quem precisa as verbalizações necessárias. O verbo, o diálogo, o chegar junto, o saber o que precisa. Nordeste castigado pelo olvido, pela ostra que no fundo do mar ainda seco teima a cegar os olhos do Brasil.
Nordeste é Brasil. Dentro de suas histórias brasileiras, onde fora fielmente esquecido: a indústria arrendeira do progresso, fizera dos trabalhadores nordestinos escravos da mão de obra, da agricultura e da exploração. Temos muito o que sanar, como responsáveis pelos atos que somos. Basta dar a oportunidade, fiscalizar como toda obra em grande construção e gozar desta arquitetura democracia.

Sim, temos que dividir. Brasil é pra todos.
Igual, nada excedente, fanático, cego. Temos nossas limitações. Só não esqueçam de nós, se não acabaremos por tirar do trono brasiliense quem nós mesmos colocamos nas Revoluções/Guerrilhas da vida. Nordeste é o nó, nó do leste, nó gótico. Não pensemos nos problemas. Nos dê apenas a oportunidade de mostrar que juntos somos fortes.

- deixem nossas crianças estudarem, tirem-nas das misérias exploradoras.
- condições aos pais de família, que ainda parecem escravos, nas lavouras, boias-frias.
- incentivem a nossa cultura. Tão rica e múltiplas, manifestando nossa arte, nossa maneira de encarar a vida.
- roubem menos, deixem nossos impostos em paz. Somos muitos, gastamos muito, precisamos de honestidade.
- A saúde precisa de mais hospitais. As escolas de dignidade.
- Aos morros esquecidos, às favelas armadas, mais educação.
- Nos escutem, somos "Progresso" se vocês forem "Ordem".


Sem fanatismo e espaços descompassados: ao Brasil, ao equilíbrio, ao respeito. Só queremos sanar uma dívida do passado, repito: RESPEITO.

2 comentários:

  1. Perfeito meu irmão.

    Assim como o feito com o Paraguai,
    o nordeste foi castigado por querer ser MAIS.

    A história nos mostra, e o governo esboça reconhecer.
    Ainda existem aqueles que teimam em não ver,
    a irmandade que em nós habita e a importância
    que cada palmo dessa terra tem para cada centavo aqui gerado.

    Somos todos Brasileiros, e quem não concordar,
    que se mude em desespero !

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  2. Sensatas palavras...

    Muitos lutaram para manter o "status quo" e isso sempre implicou em manter o de baixo abaixo e o de cima acima.

    Más nós temos fibra e não desistimos. Eis uma diferença do nordestino.

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